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Co-criação de Valor no Ensino

No segmento da Educação, a co-criação de valor pode ter resultados inimagináveis. O aluno que participa do processo de construção de conhecimento se torna mais motivado e engajado na busca pelo aprendizado.

No último final de semana minha filha de 5 anos pediu que fizéssemos um bolo de caneca que ela havia visto no Youtube. Eu separei os ingredientes nas medidas sugeridas e ela começou a adicionar e misturá-los na própria caneca


Era realmente muito fácil e em poucos minutos estava pronto. Ela comeu e disse que o bolo estava delicioso e que tinha adorado prepará-lo. Sem saber, minha filha participou de um processo de co-criação de valor.

Dan Ariely, um psicólogo e economista americano de origem israelense realizou muitos estudos no campo de comportamento do consumidor e, especialmente dois desses estudos foi sobre o processo de co-criação de valor.


Ele analisou o resultado de praticantes de origami e blocos de Lego e percebeu que essas pessoas ficavam satisfeitas não apenas com o produto final de seus trabalhos, mas também com o processo como um todo.


A partir desses trabalhos, Dan Ariely sugere que as empresas podem e devem envolver os stakeholders em seus processos de criação de produtos e serviços. Alguns autores denominam esse processo de interação e integração de co-criação de valor, bom para o cliente, que tem o produto ou serviço muito mais próximo de suas necessidades e bom para a empresa, que pode reduzir o ciclo de desenvolvimento e lançamento dos produtos, maior assertividade sobre as demandas e consequente otimização de recursos e redução dos níveis de inventário.


A prática constante dessa interação, alavancada por tecnologias de comunicação e informação, gera confiança mútua e essa confiança leva o controle ao mínimo necessário, o que sugere fazer a relação ser alimentada pela cooperação. Um círculo virtuoso de criação de riquezas, redução de custos de transação e inovação constantes.


Alguns profissionais de Supply Chain, mesmo sem conhecer o termo, já praticam co-criação de valor, trabalhando em cooperação com seus canais de distribuição e com seus fornecedores. As tecnologias de comunicação auxiliam em que toda a cadeia seja comunicada no momento da compra e entrega ao cliente.


Essa demanda comunicada com rapidez e confiabilidade evita o efeito chicote, ou seja, um fenômeno que faz com que pequenas variações de demanda no nível do consumidor final de uma cadeia de suprimentos se amplifiquem de forma crescente na medida em que as informações não são transmitidas com fluidez.


Um bom exemplo de conceito utilizado é o VMI (VENDOR MANAGED INVENTORY), que é uma forma de reabastecimento colaborativo, em que o fornecedor se responsabiliza pelo abastecimento e níveis de estoque de seu cliente. A partir da informação gerada pelo cliente, o fornecedor pode conhecer produtos de alto e baixo giro e traçar planos para que os produtos não faltem ou sobrem nas prateleiras.


No segmento da Educação, a co-criação de valor pode ter resultados inimagináveis. O aluno que participa do processo de construção de conhecimento se torna mais motivado e engajado na busca pelo aprendizado.


Um bom exemplo pode ser a utilização da Metodologia Ativa de Aprendizagem PBL – Project Based Learning (Aprendizagem Baseada em Projetos). O educador que aplica essa metodologia deve fazer uma primeira explanação sobre um determinado tema e, após uma verificação, se os alunos construíram um nível inicial de conhecimento, estarão aptos a se aprofundarem no assunto, a partir de uma problematização sugerida por eles mesmos.


O educador deve, então, dividir esses alunos em grupos para que iniciem suas pesquisas e sugestões de soluções ao problema levantado. Os alunos devem apresentar as possíveis soluções para o problema, planejar como implementar essas soluções, executá-las e verificar o quanto foram efetivas.


O ideal é que o problema seja próximo à realidade dos alunos para que percebam o projeto e processo de pesquisa de forma mais significativa e motivadora. Se o projeto for sobre a revitalização de um parque próximo à escola, por exemplo, alguns representantes da comunidade local podem participar do projeto, contando aos alunos o que poderia ser melhorado. O PBL exige um tempo um pouco mais longo para ser concluído e permite que os alunos pratiquem colaboração, interdisciplinaridade, autonomia, relação interpessoal, organização e comunicação.


A entrega final do trabalho é resultado do processo de co-criação de valor.




Por: Julio Cesar da Costa - Sócio Fundador Maktub Education

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