Uma tendência que vem crescendo cada vez mais nos últimos anos
Certa vez, minha mãe precisava reformar a sua a casa e contratei um pedreiro que analisou o trabalho a ser realizado, fez seu preço e projetou o término após um mês do início. Acontece que depois de dois meses ele não havia terminado o trabalho e não tinha prazo e nem agenda (se enrolou com outras promessas) para conclusão.
A casa da minha mãe estava de cabeça para baixo e em uma de minhas conversas acaloradas com o pedreiro, pedi que ele fizesse as contas de quanto eu devia até aquele momento e abandonasse a obra. Ele me informou o valor, eu paguei e encerramos ali o nosso trato.
Minha primeira ideia era de contratar um outro pedreiro para concluir a reforma, porém estava um pouco traumatizado com aquele primeiro “profissional”. O primeiro trabalho que deveria ser feito era o de passar massa corrida nas paredes e pensei em olhar na internet se havia vídeos ensinando como executar tal tarefa. Para minha satisfação, lá havia sim centenas de vídeos que ensinam, alguns mal feitos e toscos, porém outros com ótima qualidade e boa didática.
Assim, aderi à cultura Do It Yourself (DIY) ou Faça Você Mesmo, que tem sido uma tendência de uns anos para cá.
A primeira parede no esquema DIY ficou muito ruim e precisei retrabalhar, mas após a terceira parede, a obra já estava muito melhor. As tecnologias dos materiais, ferramentas e de treinamento (principalmente via internet) tornam possíveis quaisquer empreendimentos nunca tentados antes, como por exemplo, reparar o automóvel, customizar roupas e sapatos, fazer um móvel, organizar a festa do filho ou mesmo de casamento, preparar o próprio hamburger gourmet, etc. O resultado final é semiprofissional, mas o processo de execução é muito prazeroso, porque traz significado e um certo orgulho a quem participou.
Quando falamos e aplicamos a metodologia ativa de ensino / aprendizagem PBL (Project Based Learning) em escolas ou outros centros de aprendizagem, o comportamento e resultado são semelhantes. Pessoas de qualquer idade se engajam muito mais em projetos e ações que fazem parte de suas rotinas. Elas reconhecem pessoas, comunidades e problemas próximos a elas.
O processo de pesquisa pode ser semelhante ao citado no meu exemplo e o professor / educador atua como um facilitador e curador: a) Facilitador em organizar e disponibilizar as ferramentas necessárias para a pesquisa e desenvolvimento dos projetos e;2) Curador em filtrar as informações pesquisadas e orientar os alunos sobre as soluções apropriadas e viáveis.
No livro, “Jardim de Infância para a Vida Toda: Por uma Aprendizagem Criativa, Mão na Massa e Relevante para Todos”, o autor, Mitchel Resnick, explica com muitos detalhes a importância de se aplicar PBL em qualquer jornada de aprendizagem.
Vale a pena conferir esse livro e aplicar a metodologia PBL nos processos de aprendizagem!
Por: Julio Cesar da Costa - Sócio Fundador Maktub Education
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